Cansaço

/ domingo, 17 de julho de 2011 /
As coisas que amamos, as pessoas que amamos
São eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável ao limite do nosso poder.

De respirar a eternidade,
Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
É dar-lhes aquela moldura de granito,
Como se tratasse do infinito.

De outra matéria se tornam,
Numa outra realidade.
Começam a esmorecer quando nos cansamos,
E todos nos cansamos, inevitavelmente,
De aspirar a resina do eterno.

Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
Rebaixamos o amor ao estado de utilidade.
Do sonho de eterno fica esse gosto acre,
Na boca, na mente,
Sei lá, talvez no ar.

0 comentários:

Poemas

Acima encontram textos produzidos por nós. Naquela de achar que podemos conferir elevado grau de melo-dramatismo e inspiração às vossas vidas. Or maybe not.

Followers

 
Copyright © 2010 Rascunhos com sentido, All rights reserved
Design by DZignine. Powered by Blogger