Ode do Herói
Voluntária ou Involuntariamente...
Pois nada faz com que vejas
Este herói que te ajuda constantemente
Quero ser teu herói, mas nao permites!
Cegueira tola a tua..
Boa atitude de coragem que persiste,
Corajosa sou eu, demonstro bravura
Audácia esta que me define,
A mim e a muitos outros!
Não és assim, mas és feliz
Seremos nós os loucos..
Hoje algo mudou!
Acredito mesmo que sim,
Alguém finalmente se consciencializou,
Do tempo todo que investi e perdi
Não era de dar valor a esse pormenor,
Tudo em mim se revestia de aceitação.
Uma cantiga que já sabia eu decor,
Não admira a minha surpresa pela tal consideração.
Louca loucura e insaniedade!
Feliz felicidade e alegria!
Quis ser teu herói, é verdade.
Mas, sem forças, quero agora ceder á doce anestesia,
Que é o não querer saber,
Para mais logo te poder dizer"Eu bem te avisei"
Mas sou incapaz, pois és o que eu sonhei.
Quando o sonho me parece insuficiente,
E a realidade não me deixa enganar,
Imploro que sejas inconsciente
E vejas o herói a batalhar
Palavras incansáveis que não me cansam,
Apelo interior que não vive apenas em mim,
Mas em tantos outros que não deixam,
Viver a minha vida sem ti.
Felicidade felicíssima!
Alegria descabida!
Eu não sou de gritar, mas se fosse..
Ai se eu fosse!
Gritava até não poder mais, até á garganta ceder,
Para mais tarde poder perceber, que é por ti que eu quero viver,
Não é difícil de compreender,
Mas tu és o único que não quer ver
O herói em nós vive sempre,
E o meu é sempre crescente
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Sara Queiroz
Encarar a realidade
Sou humana porque morri
Interiormente quando me apercebi
Da verdade que caiu em mim
Oh, a vida é o que nos aparece!
Angústias e desilusões...
Cedo a pressões, enforcando corações
Que pouco me dizem, acontece!
Resisto, desistindo
O que é, deixa de o ser,
Constantes mudanças que definem o meu viver
A realidade é dura, mas é mesmo assim,
Pois segue em frente sem parar, oh sim,
Não espera que me levante,
Ou que simplesmente me endireite !
Grito, deliro!
Sou humana.
Quem age assim, não engana.
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Sara Queiroz
Mundo Adversário
Lágrima derradeira
Cai sobre a tábua de madeira,
Dispo a nudez que é a tristeza
Que sublinha a minha fraqueza
Adeus saudade,
Olá ilusão..
Prefiro viver iludida, ignorando a verdade,
Do que sem ti meu irmão.
Muito me foste, muito me és e continuarás a ser,
em mim sempre irás viver.
Nada ditará o contrário,
Excepto o viver em mundos adversários.
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Sara Queiroz
Ilusão acreditada
Nada em mim mente,
A minha estrutura está cercada,
Tão loucamente, fez de mim crente.
Logo em mim viram,
0 sorriso tolo que me denunciou,
Logo em mim sentiram,
O sentimento que veio e que ficou.
Oh tu, de identidade apenas em mim conhecida!
Despertas em mim a coisa esquecida..
A sensação de rir sem me conseguir controlar,
Para apenas parar para te ouvir falar,
O sentir a barriga a tremer
Devido áquela "fome" que continua a crescer
Aquilo era eu á uns bons meses atrás
Mas finalmente acordei!
É engraçado ver o que a ilusão nos faz,
Foi assim, mas agora já sei
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Sara Queiroz
Fantasma da Ópera / Bomba atómica
In sleep he sang to me
In dreams he came
That voice which calls to me
And speaks my name
Nas sombras ele se cobre
Lapidando a sua obra
Escondido numa realidade em que se distorce
A lenda do Fantasma da Ópera
Da sua obra lapidada
A sua protegida sai
De simples dançarina passou a ser chamada
Diva da Ópera: Christine Daee.
Esconde a sua desfigurada cara
Para que o mundo não o encontre
A sua voz é rara.
Her voice became his passion.
Her love became his obsession.
Her refusal became his rage.
Dotado de uma genialidade
Mas não conhece o mundo
Empenhado no seu produto profundo
Só sabe de onde é oriundo.
Incompreendido
Estará aí o fantasma da ópera?
Não passará de um mito
Até chegar a derradeira hora.
Anjo da Música outrora
Duas vozes fundidas em uma
Criatura das Trevas agora
The phantom of the opera is there
Inside my mind.
Joana Queiroz
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Bomba atómica
O amor é uma bomba nuclear
Que inconvenientemente se propaga no ar,
Bomba nuclear inesperada
Não quero lançá-la no meio do nada.
Instantânea e explosiva
Tem a sua componente decisiva,
Bomba nuclear esperada
Quero lançá-la no meio do nada.
Meio de um nada arrebatador
Onde se encontra o ardor
Giro em volta de uma feliz onda
onde lançarei a atómica bomba.
Joana Queiroz
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Crença
Crentes assustados
O que ele ganha mais por assustar
É as infinitas histórias que se acabam por contar.
Esse grande pequeno monstro
Não costuma vir ao nosso encontro
Prefere assustar-nos de repente
Mas só se assusta quem é crente!
Olhos que saem das órbitas
Crentes assustadiços por coisas mórbidas
Não acreditas na história que te conta a ama?
Então espreita debaixo da tua cama.
Joana Queiroz
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Incerteza / Verdade Receosa
Eu danço ao som da incerteza,
Vendo em tons cinzento.
Será sempre uma beleza
Caminhar contra o vento
Duas vidas cativantes
Que me atraem fortemente
Porquê tão cintilantes?
Vivo-as tão secretamente
Salvação, salvação!
Quero-a do fundo do coração..
Sempre é melhor que apodrecer no caixão,
Triste destino que tão longe me espera,
Que procurará ceifar minha alma sincera.
Sara Queiroz
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Verdade receosa
E se for verdade?
E se for verdade este receio que me inunda,
Este medo que me sufoca e me deixa muda?
Receio este que me prende totalmente,
Paralisou a força que me está latente.
Se o fogo era quente, agora é-me frio,
Insegurança esta, onde é que já se viu!
Deverei recear o sentimento que é amar?
Nunca a senti, daí o medo
Quero ver terminado este angustiante enredo,
Confio plenamente no teu doce olhar,
Transmite-me a calma que só tu me sabes dar,
A chave que eu preciso para não vacilar.
Sara Queiroz
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Estagnada / Hirtos! Vivos!
Eles são moles e crespos
Sociedades estagnadas
que nada querem senão eles mesmos
Fazem mitos e nadas.
Coisas raras, pois sim...
Se aprendessem a mexer
Não surpreendiam nem a mim
nem a uma criança que não sabe ler.
Aqui e acolá
Vão mexendo uma palha
Aqui e acolá
são uma sociedade estagnada.
Joana Queiroz
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Hirtos! Vivos!
Hirtos! Vivos!
Vieram das profundezas?
Gritos! Vivos!
Vieram das incertezas?
Criaturas do além
Sombras opacas
Criaturas do desdém
Silhuetas propagadas
De onde vêm assim
estas representações do senão?
Eram então por fim
Imagens propícias de imaginação.
Joana Queiroz
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